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Este projeto foi feito para minha conclusão de curso de design visual na ESPM. Trata-se de um projeto experimental sobre dinheiro e símbolos de poder pelo prisma do design ativismo.

feito também por:
Ana Flavia de Oliveira
Julia Luisi
Rodrigo Bruhns

Esse projeto é resultado de uma discussão sobre o poder, uma parte intrínseca de qualquer sociedade, no entanto, utilizado como forma de opressão em diferentes tempos e contextos. Escolhemos o dinheiro como objeto de pesquisa visto que, dentre todos os símbolos de poder refletidos, o papel-moeda representa mais do que apenas um instrumento financeiro na sociedade capitalista, também diz respeito ao status, soberania, poder de compra, influência, entre outros. Sendo assim, essa pesquisa visa entender a relação entre poder e dinheiro, além de analisar, por meio da semiótica, signos encontrados nas notas e na atual sociedade, para apresentarmos experimentos que exponham essa relação. O projeto inicia-se por meio de pesquisas sobre o contexto histórico e definições de poder e dinheiro, tendo como principais bases bibliográficas: Michel Foucault (pela visão de Izabel C. Friche Passos) e Karl Marx (pela visão de Paul Lafargue) e uma apresentação dos conceitos da Semiótica de Charles Sanders Peirce (pelos de estudos de Lucia Santaella). Em seguida, por meio da análise das cédulas de “Real” (1994 – Hoje), estudamos sua construção gráfica e, depois, realizamos experimentos com as mesmas cédulas para compreendermos como intervenções podem aumentar ou diminuir o valor e poder do papel. Os experimentos têm como intenção final utilizar o Design de modo ativista: primeiro criando novas notas para o Brasil com críticas e pensamentos que julgamos importantes e, no último experimento, usando a rede social Instagram como meio de divulgação do projeto, abraçando sua estrutura através das postagens e vídeos para alcançar público.

A ideia desse primeiro experimento surgiu de uma cartilha do Banco Central do Brasil: “Dinheiro no Brasil”, que sintetiza os principais acontecimentos da história do dinheiro brasileiro, assim como sua trajetória. Duas informações contidas nesse material foram fundamentais para a concepção desse experimento: em 1642, as moedas portuguesas e espanholas foram carimbadas por ordem do rei Dom João IV, com o intuito de modificarem o valor destas, fazendo com que as moedas valessem mais quando com carimbadas; Durante o período de 1967 a 1993, com as reformas monetárias, desde o Cruzeiro Novo (1967-1970) até o Cruzeiro (após o Cruzado, 1990-1993), as notas eram carimbadas nos momentos de transição para representar seus novos valores e nomes.
Com isso em mente, começamos nosso experimento inicial, o qual consistia em carimbar notas para questionar seu valor efetivo e, também, individual para cada pessoa. Para isso, decidimos utilizar ícones e símbolos que pudessem valorizar ou desvalorizar o dinheiro para um indivíduo, como o símbolo de uma religião - que para muitos é de suma importância e valor, e para outros pode não significar absolutamente nada, ou até remeter a algo negativo.

O Prêmio Design MCB, é a premiação de Design de produto e produção teórica em Design realizada pelo Museu da Casa Brasileira desde 1986. Todos os anos, um concurso é feito para escolher o cartaz e a identidade visual para a divulgação da edição do prêmio. Como dito anteriormente, o tema do Concurso do Cartaz do 34º Prêmio Design MCB é “Qual é a função social do Design?”.
Com base no que estamos trabalhando, vimos uma oportunidade de juntar o projeto com o prêmio, porque poderíamos, assim, sintetizar o experimento dos carimbos em um cartaz – já que não poderíamos colocar as notas em circulação. Além disso, o tema é pertinente para o nosso projeto, sendo a nossa base o Design Ativista, e o fato de estarmos lidando com críticas sociais, como feito no experimento anterior. O prêmio é bastante prestigiado no mundo do Design e traria visibilidade para o nosso trabalho, fazendo com que o ativismo exerça seu papel de comunicar a nossa crítica ao espectador.


Após reflexões, nós chegamos à conclusão que gostaríamos de utilizar o poder das cédulas para propagar a nossa visão de mundo, ou seja, mudá-las para algo que concordamos, já que elas devem representar onde vivemos. Relacionando o trabalho dele com o nosso, gostaríamos de não fazer uma paródia do dinheiro atual, ou seja, utilizar de elementos similares e apenas alterá-los, mas começar um do zero, fazendo uma releitura.
Assim, vimos na criação de cédulas a oportunidade de representar o que nós, como grupo, acreditamos que deveria ter poder de representatividade, pensando nas minorias oprimidas e nas figuras que precisam ser valorizadas.







